terça-feira, 25 de novembro de 2008

à la Clarice Lispector

Infelizmente, este texto, ainda, nao será uma experiencia á la Clarice. mas é o início. Isso porque hj recebi um convite irrecusável da minha amiga Gianda, da pós em Cinema, pra fazermos o filme de conclusão da pós juntas, sobre um tema muito conhecido das mulheres, mas muitas vezes pouco explorado, porque dói: o intimismo feminino. Nao posso deixar de me lembrar da Clarice Lispector, autora que chegou linda e unicamente a esse intimismo de uma forma inexplicavel: só lendo mesmo pra entender.
Bom, a partir de hj, mergulho no universo de Clarice, no meu e no de todas as mulheres, para poder escrever alguma coisa para fazermos o nosso filme!
O grupo, por enquanto, se integra de 3 moças e um moço! hehehe

E vamos falar de nós, mulheres! Quem quiser deixar um depoimento, tá valendo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Falta de imaginação:

Olá!
Ja que nao escrevi nada mais de minha autoria até agora, coloco aqui um poema do Pessoa, que virou música na voz de Ney Matogrosso, com o grupo Secos e Molhados:
Fui visitar o blog da Gauche e o último poema dela me remeteu a este)

Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já

É ouvi-lo melhor
Do que dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.

És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 29 de outubro de 2008


É preciso ser TODO?
Ou é possível ser
e m p e d a ç o s ? ? ?
Solitária
Única
Experiência muitas vezes indizível

A Poesia é um estado de Espírito
EGOCENTRISMO

outro

outro outro
EU
outro outro

outro

EGOÍSMO

EU
EU MEU
MEU ME
U MEU M
EU MEU M
EU MEU
MIM
EU

Água


Água é vida. Mas é também transparência, calmaria, fluidez, purificação e, principalmente, transformação. Não dizem que nunca nos banhamos no mesmo rio, por causa do movimento das águas?

Quando a Nathalie me convidou para participar do ensaio, ela me deu duas possibilidades: ar ou água. Sem nem pensar aceitei a água, porque faz parte do meu sobrenome. Fui, num domingo, à casa dela pra fazermos as fotos. Tivemos que mudar de idéia na última hora porque o tempo não colaborou: estava friozinho e não seria fácil entrar na piscina naquele dia. Ela já tinha pensado numa outra possibilidade: a água em seu estado sólido, o gelo. Achei muito interessante e ao mesmo tempo difícil. Como dar a intenção de gelo? Confesso que no início, estava meio envergonhada, como a maioria das fotografadas, segundo a própria fotógrafa, mas depois, em vez de continuar gelada, fui quebrando o gelo e a água foi fluindo.

Mas só fui entender de verdade o que seria aquilo quando vi as fotos prontas. Foi só a partir daí que senti a força da água em mim. E fiquei pensando muito nisto. No que a água significa para o ser humano, qual é o lugar dela e porque eu, e apenas outros poucos da minha família, seriam tão privilegiados em carregá-la no nome.

Senti meus pensamentos como uma enxurrada e numa epifania a água que há em mim me transformou de alguma maneira. Nunca tinha dado importância a esse nome, aliás, quando criança tinha vergonha dele, pois ele me dava de presente vários apelidos engraçadinhos: cachoeira, aguada, riacho e outros correspondentes. Mas, quando parei pra pensar um pouquinho no que esse nome poderia me trazer de positivo, a enxurrada desceu e me transformei, purificando-me.

Assim como a água, estou sempre em transformação: líquido, gasoso, sólido. Muitas vezes tento ser sólida, mas quando vejo já estou líquida. O estado gasoso descobri só depois do ensaio. É um estado de transcendência psíquica e espiritual. Senti a força que posso ter se desejar. E senti também a transformação dentro de mim depois dessa experiência única: meu rio estava estagnado, não tinha pra onde correr. Hoje, sinto suas águas fluírem e me trazerem, a todo instante, a sensação de renovação, libertação e paz.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

VIDA

Não vou parar
Não vou parar
Não vou parar
Não vou
Não vou
Não

Não vou parar

Movimento

Enquanto eu caio
os que me fizeram cair
Voam

Enquanto eu sofro
Os que me fizeram sofrer
Divertem-se

Enquanto eu choro
Os que me fizeram chorar
Riem

Enquanto eu peno
Os que me fizeram penar
Alegram-se

Enquanto eu luto
Os que me fizeram lutar
Apóiam-me

Enquanto eu tento
Os que me fizeram tentar
Ajudam-me

Enquanto eu consigo
os que me fizeram conseguir
Alegram-se

Enquanto eu venço
Os que me fizeram vencer
Orgulham-se

E qudno eu Sou
Os que me fizeram
Cair
Sofrer
Chorar
Penar

Di l u e m - s e
N o n a d a . . . . . . .
Inconstante

O vento que venta em mim venta-me longe
INCONSTANTE
esparso
Segrega-me o pensamento

A chama ardente em mim
Escorre
A brisa fria esparsa fica
Cortante
Espeta-me o vento esparso
Pensamento frio
Ventado, longe
CAPITALISMO

eu me prostituo
tu te prostituis
ele se prostitui
ela se prostitui
nós nos prostituímos
vós vos prostituís
eles se prostituem
elas se prostituem

Resolvi criar esse blog para os meus pequenos e pouquíssimos escritos que, espero, nao sejam tao poucos assim daqui a um tempo. Com já tenho um blog fofo, o Casa de Bonecas, onde coloco as minhas bonecas queridas e até agora postava as minhas poucas poesias (se é que podemos chamá-las assim), acho que vai ser mais facil usar esse aqui só para postar os textos que rarissimamente escrevo. Assim, as duas coisas que faço ficam separadas, cada uma no seu devido lugar...
É importante dizer que o título foi um quase plágio de uma crônica do ácido Machado de Assis, autor que estudei e ainda é mistério muitas vezes pra mim... A crônica dele, que conheci a dois dias (indicado por meu querido orientador, Antonio Manoel), chama-se "O autor de si mesmo". Está na coletânea de crônicas, "A Semana", do dia 16 de junho de 1895. Quem se arriscar a ler, vale muito a pena, como tudo que é de M. A.
É isso!
Espero que esse blog valha a pena!
OBS: Foto: Beleza pura, 2006 - acrílico sobre tela, Beatriz Milhazes