sexta-feira, 19 de outubro de 2012

DIÁLOGO COM ZECA BALEIRO

Ah, meu caro Zeca
A depender de mim
Os psicanalistas estão feitos
Pois eu sempre encontro meus defeitos
Mas não sei a solução
A dor é coisa que dói e não passa
Porque onde ela dói é lá na alma
Mas as feridas o tempo realmente há de curar
Hoje o que mais vejo ao meu redor
É a exceção e não a regra
E isso me desconcerta
Já que eu não sei o que fazer

A depender de mim
Os publicitários viram bolhas
Apesar de gostar das pessoas
Que sabem persuadir tão bem
As minhas escolhas sei tomar
Mas às vezes caio num deslize
Que me custa caro e vira palpite
De todos que me querem domar
Sempre me deixei ser domada
Mas agora não quero mais nada
Que não seja aquilo que eu quiser
E o que eu quero é seguir meu coração

A depender de mim
Padres e pastores não me afetam
Porque o que realmente importa
É o deus em que acredito
Que é uma força que me guia
para as escolhas que são minhas
E me dá forças pra não me deixar mais domar
E no final, concordo com você
Que eu também levo riso, prece e paixão
das mentiras e trapaças, besta felicidade
e frágil farsa em que vivemos sem razão.

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